Ouça as cançõesNeila Baldi style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
O ocupante do Piratini resolveu fazer o mesmo que o da Casa de Vidro: lavar as mãos... Mudou o modelo de Distanciamento Controlado pelo Sistema 3As. Se no início da pandemia ele parecia preocupado com o controle da disseminação do vírus, aos poucos, as pressões políticas e econômicas tomaram vez e optou pelo manejo da pandemia. Agora, abriu mão do controle, sob a alegação de que a gestão ficará com as prefeituras, e o governo gaúcho apenas apresentará os indicadores, a partir de 3As: aviso, alerta e atenção. Ocorre que o modelo anterior, com o mapa das bandeiras, previa uma comunicação semanal com a comunidade gaúcha, quando a situação sanitária era anunciada. Agora, o governo estadual publica boletim diário para as prefeituras. Mas quem comunica o cidadão e a cidadã? Como nós, reles mortais, sabemos a situação sanitária na qual nos encontramos? Além de diminuir a transparência, o novo modelo tem outro problema: segue focado na ocupação de leitos de UTIs e não no número de casos. Ou seja, não estamos controlando a pandemia, nem a transmissão do vírus mas, sim, deixando o vírus se disseminar - o que é um perigo para novas variantes - e apenas cuidando se tem hospital. É um pensamento míope: o que é melhor, tratar a doença ou não ter a doença? Até porque, além do risco de morrer, há as sequelas... Como disse o professor Alexandre Zavascki, em seu Twitter: "o número de casos/dia não diminui desde o início de abril. Estabilizamos em níveis próximos ao pior momento de 2020." O que significa que a hospitalização reduziu temporariamente, pois, com casos em alta, daqui a pouco volta a aumentar. É o que ocorreu nas regiões de Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí, Passo Fundo e Santo Ângelo que receberam alertas, pois há "uma tendência grave em relação à propagação do coronavírus, pressão no sistema hospitalar tanto em leitos clínicos como de UTI". O que isso significa? Que o novo pico é sempre pior que o anterior, pois parte de um patamar cada vez mais elevado. Teremos um inverno pior que o passado. Mas não é por falta de avisos. Como dizem os Paralamas do Sucesso, em Meu erro: "Eu quis dizer, você não quis escutar." O ocupante do Piratini cria um sistema de aviso, mas não ouve os avisos de cientistas. Os gráficos nos indicam que teremos um inverno tenebroso. Mas as pressões políticas e econômicas criaram esta aberração do Sistema 3As. A atriz e cantora Cris Nicolotti também tentou avisar com um sucesso no ano 2007. O nome da música é: "Eu falei que ia dar m." E a letra diz: E deu.
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Na alegria e na tristeza, lá se vão 163 anos Noemy Bastos Aramburú style="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever"> Na semana passada, escrevi sobre Santa Maria e santa-marienses. Hoje, quero continuar contando, primeiramente sobre um fato e, na sequência, sobre duas personalidades jurídicas, que as novas gerações, acredito, desconhecem. O fato aconteceu em dezembro de 1951 com um jovem elegante, esbelto, irreverente e brincalhão, Irineu Noal, com 20 anos à época. Ele decolou do aeródromo de Santa Maria, com destino à fazenda de Cacildo Pena Xavier, do pai da ex-namorada, para lhe devolver as cartas, já que estava noiva de outro. Ao passar em Tronqueiras, começou a dar rasantes sobre as coxilhas, no alto de uma delas, encontrava-se o peão Euclides Guterres, que cuidava de uma novilha com bicheira. Não gostando do que via, e entendendo que aquilo era uma provocação, não teve dúvidas. Euclides armou o "laço de 13 braças" e atirou em direção ao bico do avião. Ao perceber que tinha pego o "animal pelas guampas", largou o laço para não ser levado, mas a hélice já o havia cortado. O jovem piloto, assustado, dirigiu-se à base de Camobi, o que lhe gerou uma multa pelas autoridades aeronáuticas, por não ter comunicado as verdadeiras razões nos estragos do aparelho, isto é, hélice partida. O fato virou notícia, "avião é laçado", inclusive na famosa revista Cruzeiro, do Rio de Janeiro, aliás, a mais importante da época no país. Também foi noticiado na revista norte-americana Time Magazine. O peão Euclides declarou na época: "Eu não fiz por maldade. Foi pura brincadeira. Para falar a verdade, não acreditava que pudesse pegar o aviãozinho pelas guampas num tiro de laço. Mas aconteceu, paciência." Nossa cidade tem exportado grandes personalidades. Como já dito, quero destacar apenas duas, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Roberto Grau, com grande destaque quando foi relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº. 153, impetrada pela Ordem dos Advogados do Brasil, com o escopo de revogar a Lei nº. 6.683/79, que anistiava todos os crimes políticos e eleitorais do período militar, inclusive aqueles cometidos por agentes da repressão. E ainda Nelson Azevedo Jobim, ministro da justiça, do STF e da Defesa, do qual tive a honra de ser aluna na faculdade de Direito, até deixar Santa Maria para atuar como deputado federal, onde participou do processo de elaboração do Regimento da Assembleia Nacional Constituinte, sub-relator da Comissão de Sistematização e vice-líder do partido. Na época, apresentou 196 emendas - 38 aprovadas integralmente e 27 parcialmente. Como fica evidente, temos muita coisa boa para destacar na cidade. Parabéns a Santa Maria e aos santa-marienses, naturais e de coração.
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